É muito comum que acessórios que originalmente serviam como forma de segurança ou garantia de proteção evoluam para se tornarem também itens de luxo e de status. Isso faz com que eles passem a ser vistos como objetos de desejo que vem a ornamentar àqueles que os usam. Um exemplo disso é um item de vestimenta urbana que se tornou sinônimo da linguagem das ruas ao mesmo tempo em que é um item de luxo, posto nas melhores prateleiras, expositores e vitrines de vidro das lojas: o boné.
Faixas protetoras e status profissionais e sociais
As primeiras vestimentas de proteção para cabeça apareceram por volta do ano 4.000 a.C. em locais como o Egito, a Babilônia e a Grécia com a utilização de faixas na cabeça para prender e proteger o cabelo. A faixa estreita costurada em torno da copa dos chapéus da atualidade – a fita ou bandana – é indício dessa origem. Mais tarde turbantes, as tiaras e as coroas, vestidas por nobres, sacerdotes e guerreiros passaram a se simbolizar de status social, sendo que alguns chapéus acabam por designar determinadas profissões, como soldados, marinheiros e outros.
O primeiro chapéu, efetivamente falando, foi o “pétaso” por volta do século XX a.C. Tratava-se de um chapéu dotado de copa baixa e abas largas que os gregos, predominante usavam em viagens como forma de proteção. Prático, ajustável, só foi cair em desuso após a Idade Média.
Cobrindo e simbolizando a liberdade pessoal e política
Na Roma Antiga em IX a.C. os escravos eram proibidos de usar chapéus, e quando libertados passavam a adotar uma espécie de chapéu semelhante ao barrete como símbolo de liberdade. Talvez por esse motivo esse modelo foi adotado novamente quando da Revolução Francesa sendo designado como “bonnet rouge” e se tornou um símbolo do partido republicano durante o período em que a República prevaleceu.
Justamente essa palavra francesa – bonnet – origina o nome “boné” que por sua vez deriva do Latim medieval, obunnis, literalmente significando “espécie de capa”. O termo também era utilizado para designar o ofício dos costureiros que teciam coberturas para a cabeça em malha, os casquetes – sendo que é possível encontrar exemplares deste de quase 2.600 anos.
A modelagem atual do boné surgiu a partir de modelos usados por açougueiros e taberneiros ingleses por volta do século XIX, uma espécie de chapéu de formato arredondada com uma aba voltada que protege os olhos.
Uma moda que conjuga a potência do esporte no cotidiano
Foi nessa época que esse chapéu se popularizou por meio mundo esportivo, se tornando bastante popular nos Estados Unidos devido ao beisebol, no qual os jogadores faziam uso para se protegerem do sol. De início esses bonés de beisebol eram confeccionados em palha e depois passaram a serem confeccionados em lã. A partir de 1960 tal inovação fez com que ele fosse adicionado ao cotidiano, ganhando diversas estampas diferentes casuais ou profissionais.
Por isso é que justamente a apresentação dessa peça de vestuário tem exigido a criação de balcões de vidro canelados adequados às necessidades de sua exposição das diversas marcas e vendedores: como uma quantidade e qualidade tão variadas a disposição do cliente uma boa e organizada apresentação é um diferencial que o lojista não pode abrir mão. A busca por excelência é centrada, claro, na qualidade dos produtos expostos, mas a apresentação dos mesmos de maneira moderna e valorizadora da marca em destaque faz com que o desejo do público pelo objeto em questão beire o nível do irresistível.