
Moramos em um país tropical, que tem dimensões continentais e, por isso, tem uma enorme variedade de climas. Se por um lado, algumas regiões deste imenso país atingem temperaturas de até mesmo 45°C, por outro, algumas cidades registram impensáveis -10°C. Isso mesmo! Estamos falando de cidades localizadas no sertão nordestino e de localidades no sul do estado de Minas Gerais e também no sul do país.
Por um lado, essa variedade de temperaturas torna nosso território receptivo para inúmeras culturas vegetais e, aliado a isso, o desenvolvimento de culinárias especializadas para cada clima – por exemplo, uma ampla variedade de caldos quentes nas regiões mais frias e saladas fresquíssimas e bebidas de todos os tipos nas regiões mais quentes. Entretanto, esta mesma variação climática provoca uma ocorrência em comum à maioria dos lares brasileiros: o rodízio de roupas no armário. A cada mudança de estação, certas peças de nosso armário ficam condenadas a passar vários meses trancafiadas nos armários, baús e maleiros, aguardando o dia em que verão a claridade novamente. Entretanto, ficar guardada por tanto tempo pode não ser exatamente uma boa ideia… Por isso, vamos dar umas dicas para você preservar roupas de estação guardadas por muito tempo sem problemas.
Hmm… que cheiro de guardado…
Este é o primeiro problema que notamos assim que tiramos aquele cobertor felpudo de dentro do maleiro: “cheiro de guardado”. Para os alérgicos, não tem coisa pior. Os espirros começam quase que de imediato – na verdade, algumas pessoas são tão alérgicas que já começam a sentir o nariz coçar quando mal tocam na peça.
Esse cheiro é provocado por várias coisas, entre elas a poeira (sim, mesmo guardada, a peça tem contato com a parte mais fina da poeira, que entra por qualquer fresta. Como aquela peça ficou guardada por meses a fio, naturalmente vai acumular a poeira fina de todos eles, tornando-se um verdadeiro depósito.
Em segundo lugar, temos os ácaros. Mesmo tomando a precaução de lavar o cobertor ou o casaco antes de guardá-los, tecidos muito felpudos são um verdadeiro condomínio para estes pequeníssimos insetos. Um pouco de poeira e células mortas já basta para sustentá-los vivos por muito tempo.
E pode acreditar: a peça que você guardou com tanto carinho vai estar mesmo com alguma poeira quando você pegá-la novamente. Para comprovar, pegue-a e dê umas sacudidas ao sol, perto de uma janela. Instantaneamente você vai perceber partículas de poeira e fios do próprio tecido se soltando e flutuando pelo ar, iluminados pelo sol. São grandes disparadores de espirros e crises alérgicas bastante incômodas, sobretudo em pessoas mais suscetíveis.
Evitando problemas

A princípio, é relativamente simples evitar este previsível e desagradável problema. Uma solução é retirar as peças guardadas, dar uma boa sacudida e estendê-las ao sol pelo menos uma vez por mês. O contato com a luz solar e seu calor, além da ventilação, não favorece os ácaros nem a permanência da poeira acumulada. Se o tempo permitir, deixe-as estendidas pelo menos por uma tarde (deixe-as viradas pelo avesso para evitar o desbotamento das cores).
Uma outra solução, que aliás dispensa a primeira, é embalar cada peça a vácuo. Seladoras a vácuo hoje em dia são disponibilizadas a preços bastante chamativos, especialmente as domésticas. Existem sacos plásticos apropriados de diferentes tamanhos que comportam desde peças menores como cachecóis, luvas e gorros até as peças maiores como cobertores e casacos grossos. Mantendo-as embaladas a vácuo, não há como o ar e a poeira entrarem – e sem estes dois, os ácaros também não marcarão presença entre as fibras. O resultado: uma peça pronta para usar assim que for retirada do maleiro, meses e meses depois.
Este procedimento também pode ser feito com roupas de calor, quando o inverno chegar. Apesar das roupas quentes não provocarem tanto problema em pessoas alérgicas à poeira (já que em geral elas não são felpudas), elas não escapam do terrível “cheiro de guardado” nem da presença dos ácaros. Pode-se guardar, também, roupas de bebês que já não servem mais mas que a família não deseja descartar e muito menos nem doar.
Simples, não? São duas alternativas que sempre dão certo na hora de preservar roupas e outras peças de tecido que costumam passar longas temporadas no armário. Com estes cuidados, não haverão surpresas desagradáveis na hora de colocá-las em cena novamente.