
Lembra da época de escola, em que você precisava vestir o mesmo uniforme todo santo dia? Às vezes queria até usar uma outra roupa porque já estava enjoado de usar aquela igual a de ontem e a de amanhã, não é? Talvez nem gostasse do visual daquele uniforme! Mas não tinha conversa: ou usava ou nem podia entrar na escola. Mas no fim das contas era até uma boa ideia porque, caso você se sujasse no horário do recreio, “ah… é só o uniforme, mesmo”. Pior não é?
Aí a gente cresce, vai pra faculdade e lá tem a opção de usar ou não uma roupa que identifique a instituição. Alguns fazem questão de usar, principalmente quando a faculdade é reconhecida em todo o país (talvez até pelo mundo afora); outros já não curtem tanto a ideia, preferem usar sua própria moda, finalmente demonstrar sue próprio estilo. Essa é a hora de fazer isso, mesmo, porque de fato a faculdade não obriga a usar uniforme. Mas depois dela, se formos direto para o mercado de trabalho… aí sim, teremos que usar uniformes novamente. Não em todas as áreas, é verdade, mas dependendo da empresa será obrigatório. Aliás, mais que obrigatório: será EXIGIDO que usemos os uniformes profissionais cedidos por ela.
Higiene é tudo
Setores como o de exploração de petróleo exigem que os funcionários das plataformas estejam devidamente uniformizados, e não é à toa. Aqueles uniformes, aparentemente berrantes e chamativos têm uma função muito clara, que é a de proteger o funcionário enquanto ele maneja tubulações e fluidos – inclusive prevendo possíveis acidentes com fogo. E mais: aquela cor berrante é exatamente o que permite que você seja localizado mais facilmente caso, por alguma razão ou acidente, caia no mar. Um uniforme azul ou preto seria lindo, mas no mar, ele praticamente desaparece. Se o mar estiver revolto, então…
Mas nosso foco são os uniformes profissionais do setor de produtos alimentícios; vamos imaginar um frigorífico. Assim como os chefs de cozinha, eles são completamente brancos, no máximo com a logo da empresa e só. Contudo, são mais “exagerados” do que os dos chefs: cobrem dos pés à cabeça de cada funcionário. “Até os pés??”. Sim, até eles! Ao chegar na indústria, o funcionário vai a um vestiário onde se troca; as roupas de casa dão lugar a um macacão branco de calça e mangas compridas; ele tem um gorro com elástico que deixa apenas o rosto do funcionário de fora, cobrindo toda a cabeça. Os pés são cobertos por uma espécie de meião branco que pode ser calçado por cima do sapato – mas na maioria dos casos, eles usam botas brancas de borracha para evitar derrapadas. As mãos recebem luvas especiais para manejar os alimentos com destreza e os olhos são protegidos com óculos especiais que os cobre completamente.
Mas precisa de tudo isso??
Parece exagero, não é? Ainda mais se nos lembrarmos de que, quando NÓS estamos na cozinha, estamos com nossas roupas, geralmente sem luvas, sem óculos de proteção, de tênis ou chinelão… no máximo aquele avental surrado (porém limpinho, olha lá). Ah, e o cabelo solto! Se for pra prender, um rabo de cavalo e só. E nunca aconteceu nada, ninguém foi pro hospital com intoxicação… não é? Então pra que tudo isso?
Porque uma empresa que comercializa produtos alimentícios não pode se dar ao luxo de colocar a vida de algum cliente em risco. Com o Código de Defesa do Consumidor e as crescentes exigências por higiene e saneamento em geral, a fiscalização sobre essas empresas é cada vez mais pesada – e todos nós conhecemos casos de falhas graves nesse setor, não é?? Refrigerantes com fungos dentro, insetos em alimentos embutidos (mortadela, presunto, etc.), mofo em pão de forma que ainda está no prazo de validade… e tantos outros casos que a internet explode em nossas telas sempre que algo assim acontece.
A palavra de ordem nas empresas de alimentos é: HIGIENE. No máximo, sem improvisos, sem desculpas. Chega a ser até meio doentio, mas o risco é demasiado grande para se correr – sem contar que, caso um consumidor mais sensível se alimente de um de seus produtos e ele esteja estragado ou contaminado, pode resultar inclusive em morte. O resultado na justiça será, certamente, contra a empresa que, além de uma multa pesadíssima e possíveis indenizações, ficará com a reputação manchada de uma forma difícil de reparar. Muitas empresas já perderam, inclusive, grandes compradores internacionais por causa de problemas bem menores. Não vale a pena arriscar.
Por isso é que os profissionais destes lugares são exigidos, ao máximo, sobre o uso correto de seus uniformes profissionais. A saúde de uma grande quantidade de pessoas está em jogo – além da qualidade dos produtos que sua empresa está oferecendo.