

Existem pessoas que não conseguem ficar muito tempo acordadas, tendo uma vontade tremenda e praticamente compulsiva de dormirem. Algumas dessas pessoas às vezes têm um metabolismo lento e um ritmo de vida vagaroso, enquanto, para outras, o problema é muito mais grave. Nesse último caso, o que provavelmente acontece é que elas estão acometidas por algum distúrbio do sistema nervoso central, que as impede de terem uma vida normal e uma rotina tranquila.
Um dos distúrbios do sono mais comuns é a hipersonia idiopática. Esse desejo incontrolado de dormir, mesmo depois que a pessoa já dormiu por oito horas seguidas, geralmente começa a partir dos 25 anos e pode atingir pessoas de ambos os sexos. Ainda não se sabe qual sua origem – embora lesões cerebrais sejam diretamente ligadas ao distúrbio –, mas um estudo americano de 2012 já deu pistas de que um neurotransmissor chamado GABA é uma espécie de “sonífero natural”, que causa sonolência e inibe o estado de excitação. Logo, quando produzido em excesso, parece que ele pode ser um dos causadores da hipersonia.
Para que a pessoa seja diagnosticada com a doença, um processo árduo e complexo deve ser seguido. Primeiramente, a pessoa deve ter a presença de sintomas por pelo menos seis meses. Além da sonolência excessiva, eles podem ser uma fraqueza inexplicável, falta de vontade de fazer as coisas, distúrbios de concentração e ainda problemas de foco e atenção. Posteriormente, os sintomas não podem estar correlacionados a nenhuma outra doença, como anemia e hipotireoidismo, nem a algum medicamento ou uso de drogas lícitas ou ilícitas. Também devem ser verificados se os sintomas não são fruto de alguma privação do sono, como insônia, que já demandam um outro tratamento e uma outra linha de combate clínico.
Por fim, é realizada a polissonografia, um exame em que é aferida a qualidade do sono. O exame deve dar resultados normais, já que a hipersonia idiopática é marcada por um sono satisfatório e aparentemente regular, que, por alguma razão, não está surtindo efeitos na disposição da pessoa.
Quando, então, ela é diagnosticada com a hipersonia idiopática, inicia-se o tratamento, geralmente medicamentoso. Um dos remédios mais importantes no combate desse distúrbio é a Ritalina®, um fármaco desenvolvido e fabricado pela Novartis que tem um forte poder sobre o sistema nervoso central e é altamente recomendado para quem precisa melhorar a atenção, a concentração e o bem-estar em seu dia a dia.
Como funciona

Comumente indicado por especialistas e médicos do sono, esse fármaco se destaca no mercado como uma das melhores e mais potentes versões do cloridrato de metilfenidato, um tipo de remédio que eleva a taxa de neurotransmissores ligados à concentração, ao prazer e à vigília, neurotransmissores esses opostos ao GABA. Dentre esses neurotransmissores, se destacam a noradrenalina e a dopamina, que também são responsáveis pela alegria e pela satisfação do indivíduo.
Para que isso aconteça, seu mecanismo de atuação consiste em impedir que essas substâncias sejam removidas do espaço sináptico, mantendo-as muito mais ativas e disponíveis por um longo período de tempo. Elas bloqueiam sua absorção pelas células do sistema nervoso, algo que não só ocasiona numa maior durabilidade da noradrenalina e da dopamina, como também evita que elas sejam desperdiçadas à toa.
Assim, a Ritalina® deixa o cérebro em estado de alerta, tirando-o da sedação causada pela hipersonia idiopática. O cérebro fica mais focado e mais excitado, liberando mais hormônios e ainda mandando sinais com muito mais rapidez e agilidade a todo o corpo. A pessoa, se não perde a sonolência por total (já que cada caso é um caso), pelo menos se sente muito mais disposta a fazer suas atividades, como ir aos estudos, trabalhar e realizar tarefas domésticas.
Outros agentes transformadores
Além desse remédio, o especialista pode receitar à pessoa acometida com esse distúrbio que faça algumas mudanças comportamentais, para o tratamento ter muito mais resultados e ainda durar para toda a vida. Evitar trabalho noturno, ter horários de sono bem regulares e certinhos, controlar a dieta e até mesmo fazer exercícios físicos com frequência são algumas das dicas que o médico pode dar à pessoa, as quais tornarão o dia a dia não só mais desperto, como também mais saudável.
Assim, se os sintomas começarem a surgir e se eles parecem ter uma certa regularidade, não hesite em procurar orientação médica. A hipersonia idiopática tem tratamento, e sua vida pode voltar ao normal!