Um dos grandes problemas que os prontuários em papel nunca conseguiram resolver é a padronização das informações. Cada escola de medicina forma médicos com uma forma de pensar diferente, e cada um desses médicos estabelece seus próprios “padrões de excelência” na hora de anotar informações clínicas sobre seus pacientes. Certos detalhes de um exame de sangue podem ser julgados importantes para um, mas não necessariamente para um outro que esteja investigando o mesmo problema. A opção de tratamento da doença escolhida por um provavelmente será diferente da escolha que um outro profissional da saúde faria, e assim por diante. Fica fácil imaginar a variedade de informações levantada por cada um, bem como a forma como elas são armazenadas e os tratamentos escolhidos.
Aliado a esse aspecto já suficientemente confuso, exibe-se a caligrafia dos médicos. Salvo algumas poucas exceções, é fato marcante que “médico tem letra ruim” – em alguns casos, tão ruim que nem mesmo os farmacêuticos mais experientes conseguem compreender. Fatalmente, o paciente terá que retornar ao consultório e pedir que o profissional emita uma nova receita – “mas desta vez, mais legível, por favor”. Mais do que motivo para anedotas, a caligrafia ruim num prontuário sujeita o próprio médico a erros de leitura; já numa receita médica, uma leitura errada (seja no nome do medicamento, seja na sua dosagem ou posologia) implica um risco seríssimo para o paciente, já que o tratamento não será adequado – podendo inclusive terminar em óbito, dependendo do caso. Obviamente, o farmacêutico não faria uma leitura duvidosa e “chutaria” uma informação, expondo os pacientes a tremendo risco. Porém… convém não facilitar.
Tudo igual no prontuário
O prontuário eletrônico veio para, entre outras coisas, padronizar a inserção de informações levantadas durante as consultas e eliminar as dificuldades causadas pelas diferentes (e complicadas) caligrafias dos médicos. Através de formulários específicos, todos os achados clínicos dos exames (laboratoriais, radiológicos, ressonâncias, etc.) são inseridos e gravados, inclusive por data, permitindo gerar um histórico clínico bastante completo do paciente. O histórico de cirurgias também pode ser registrado, compondo este histórico e fornecendo informações importantes em futuras consultas, mesmo que com outros especialistas. Aliás, os outros profissionais também poderão adicionar informações neste mesmo prontuário, permitindo que um único documento registre todo o histórico médico do paciente – inclusive permitindo que uma observação macro deste histórico detecte tendências a outros problemas de saúde.
As receitas médicas feitas através do prontuário eletrônico obviamente não serão mais manuscritas e, sim, digitadas. A legibilidade das informações terá um ganho gigantesco, o que elimina a chance de erro na leitura e interpretação do receituário – ou seja, não haverá possibilidade do paciente comprar e usar o medicamento errado, já que a receita estará plenamente legível.
Ecologicamente falando…
A única folha impressa em todo este processo via prontuário eletrônico são a receita médica e eventuais atestados, o que define o caráter ecologicamente correto do uso deste sistema. Ao longo de toda uma vida de consultas com o mesmo profissional, é necessária mais de uma folha de papel para registrar todos os exames e achados; considerando que cada profissional atende centenas de pacientes, é fácil perceber que o local para o armazenamento de tantas informações precisará ser cada vez maior. Assim, ou a clínica precisará passar por reformas para aumentar a sala de arquivo ou será necessária uma mudança de endereço. Ambas as soluções representam dispêndio de dinheiro para a clínica e de tempo, segurança e conforto para os pacientes.
O prontuário eletrônico traz uma série de outras vantagens, mas só analisando estas duas já se nota que seu uso em lugar dos prontuários de papel é uma grande vantagem.