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Não aceite imitações

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Não aceite imitações

Até pouco tempo atrás – pouco tempo mesmo -, muitas funções eram exercidas por pessoas sem certificação para realizá-las. Muitas academias de ginástica, por exemplo, não tinham personal trainners nem professores de modalidades esportivas formados em Educação Física; quem orientava os alunos eram alunos de graduação que procuravam as academias para fazer estágio. O motivo dessa troca é óbvio: economizar. Afinal, um estagiário recebe bem menos do que um profissional formado, e menos ainda se comparado a um profissional com especializações, não é? A presença de estagiários em academia é comum, mas o errado é não ter um único graduado para orientar estes aprendizes – e era a ocorrência mais frequente.

Mas isso não era o mais perigoso: muitas academias contratavam esportistas que não eram sequer estudantes de Educação Física mas, sim, praticantes que já estavam no esporte há tanto tempo que eram considerados “aptos” para ensinar e orientar outros praticantes. Isso é um perigo pois entender muito sobre um esporte não torna o praticante entendedor do corpo humano, das particularidades de cada praticante e das possíveis lesões que eles podem sofrer.

E-fundamental-procurar-por-um-estudio-de-pilates-para-gestantes-que-conte-com-profissionais-especificos.Por exemplo, um aluno de musculação que tenha problema nos joelhos não pode fazer os exercícios da mesma maneira que um aluno sem problema algum – e se ele for exposto a esses exercícios sem as modificações necessárias, suas lesões podem piorar de modo irreversível. Se uma mulher grávida procurar por um estúdio de pilates para gestantes e for orientada por alguém sem essa especialização, pode sofrer lesões muito sérias também pois o corpo de uma gestante tem particularidades que os outros não têm (sem contar alguma lesão pré-existente).

Lei e ordem

Por isso é que, no início dos anos 2000, o CREF (Conselho Regional de Educação Física) tornou obrigatório que todos os professores das academias fossem profissionais já formados ou estudantes perto da graduação e que os estagiários acompanhassem estes profissionais durante as orientações – mas que não as dessem sem ter um profissional por perto. Com isso, o Conselho teve como foco manter prestação de serviços de educação e preparação física nas academias com qualidade e sem arriscar a saúde dos praticantes.

Obviamente as academias que mantinham apenas estagiários em suas dependências não agradaram da ideia, já que agora deveriam desembolsar valor muito mais alto para manter, sob contrato formalizado, profissionais qualificados – especialmente quando notamos que os impostos que incidem sobre os salários de profissionais graduados são bastante pesado e faz diferença no orçamento total da academia. Porém, o ganho de qualidade percebido pelos frequentadores dessas academias é inegável, especialmente por aqueles que têm algum problema ortopédico e que precisam de orientação especial para preservá-lo de novas lesões. Infelizmente algumas academias continuam com o quadro de professores composto por estagiários e amadores, contando com a sorte de não serem fiscalizadas – o que é uma pena pois quem perde com isso são os alunos.

O que deve ser observado é que a lei favoreceu muito, também, aos próprios estagiários de Educação Física. Como a presença de um graduado se tornou obrigatória, eles passaram a ter a oportunidade de observar, na prática, como devem ser realizados os exercícios quando o aluno tem algum problema. Afinal, estudar um problema como a condromalácia (que afeta a cartilagem das patelas) é uma coisa; já receber um aluno com esse problema na academia e entender na prática como os exercícios direcionados a ele são feitos é outra.

Observar e alterar

lei-organizou-como-os-profissionais-nas-academias.Uma característica do profissional formado – que poucos estagiários têm, talvez devido à sua pouca idade – é a paciência para escutar o que seu aluno tem a dizer. Por exemplo, num estúdio de pilates para gestantes, o fisioterapeuta se guia muito pelas queixas das alunas. Qualquer queixa de dor ou de desconforto importante é levado em consideração e o profissional então adequa o exercício (às vezes, ele evita faze aquele exercício novamente). Isso porque a dor indica que o músculo ou a articulação fez um movimento/ esforço para o qual não estava preparado ou para o qual não tem condições devido a alguma lesão preexistente.

Nas academias é comum que alunos de musculação busquem à hipertrofia (o aumento do volume dos músculos) e isso muitas vezes é conseguido através de movimentos repetitivos com cargas cada vez maiores. Isso provoca uma certa dor muscular, mas é uma dor “esperada” e que indica que o musculo foi lesado mas que irá se recuperar com o devido descanso. É uma dor provocada pelo desgaste, pelo cansaço muscular. Já a dor provocada por um exercício feito da forma errada é diferente; é aguda e muito localizada, e deve ser informada pelo aluno quando ela ocorrer. E mais importante: deve ser RESPEITADA pelo educador físico.

É um momento crítico pois muitas vezes o aluno está acompanhado por amigos nas academias e o relato de dor pode dar início a comentários maldosos como “isso é frescura”, “pega mais peso que passa” e coisa do tipo. É nessas horas que um profissional graduado faz a diferença pois, além de interferir na gozação (que não é nem um pouco benéfica para o aluno com dor), corrigirá a postura ou mudará o exercício, a fim de evitar lesões sérias. A forma correta de fazer essa interferência é uma forte característica de profissionais maduros.

Por isso, não se deixe enganar: se perceber que está recebendo orientação de estagiários e que não há um profissional formado na academia que você frequenta, procure por outra e acione o CREF.

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