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Operador de empilhadeira: uma profissão em queda

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Operador de empilhadeira: uma profissão em queda

A economia atual do país tem deixado a produção industrial em situação difícil. Com os sucessivos aumentos em taxas e impostos diversos, a vida se tornou mais cara e obrigou a maioria das famílias brasileiras a apertar o cinto de uma maneira como há muito não se ouvia falar, mesmo nas crises que antecederam a essa. As contas de luz praticamente dobraram, o gasto com transporte subiu muito devido ao aumento da gasolina e do diesel – que puxou o aumento nos produtos de maneira geral, já que a malha de escoamento da produção é feita principalmente via rodovias. O dinheiro que resta no fim do mês já fica sem fôlego vários dias antes e, por isso, o poder aquisitivo do brasileiro despencou.

Assim, a procura por produtos diversos também caiu. A troca da geladeira já não vai ser feita no prazo planejado; a troca do carro teve que ser adiada; a compra do computador novo teve que ser cancelada até segunda ordem; e tantos outros planos precisaram ser adiados devido à nossa crise interna. Com isso, a produção das indústrias, em todos os setores, começou a encalhar nos estoques. Pilhas de paletes carregados de produtos novinhos estão ficando inertes nos galpões das fábricas, enquanto outros produtos recém-fabricados continuam chegando – e provavelmente, terão o mesmo destino. A solução encontrada pelos fabricantes? Diminuir o ritmo.

Mau sinal

Nunca é bom quando uma fábrica anuncia que vai diminuir o ritmo de produção. E o problema não se limita apenas à venda reduzida de itens mas, sim, à enorme possibilidade de forçosas férias coletivas de seus funcionários – e pior: demissões em massa se a situação piorar ainda mais. Isso já aconteceu e o impacto desse gesto é sempre dramático. Famílias inteiras que dependem do salário daquele funcionário entram numa espiral decrescente que tende a piorar a cada dia. Afinal, as contas continuam chegando e o dinheiro destinado a elas agora parou de chegar. Com o acesso ao seguro-desemprego dificultado por novas medidas do governo visando conter os gastos e o número de vagas de empregos caindo vertiginosamente devido à mesma crise, o trabalhador agora desempregado se vê num beco sem saída.

operador-de-empilhadeira-pilhas-de-paletes.Não são só os trabalhadores de linhas de produção (conhecidos também como “chão de fábrica”) que sofrem com as demissões em massa: também os trabalhadores de outras funções como operadores de empilhadeiras sofrem com os cortes, já que terão menos trabalho a fazer – e por isso menos operadores darão conta do recado com certa facilidade. Afinal, uma produção reduzida à força significa menos paletes a movimentar pelos galpões, e menos paletes a transportar significa menos pessoal necessário. Uma empilhadeira pode ficar estacionada até segunda ordem sem representar prejuízo, mas um profissional parado ainda requer salário e benefícios. Para a empresa, isso é, sim, um prejuízo. O caminho mais fácil para ela é cortá-lo da folha de pagamento.

Reaquecimento à vista?

expectativa-melhorar-ajustes-do-mercado.Alguns analistas enxergam com bons olhos o futuro a médio e longo prazos. Segundo eles, os reajustes que o governo vem fazendo são necessários e chegaram bastante atrasados – por isso, foram feitos todos de uma vez só, o que provocou o susto geral e as revoltas tanto nas redes sociais quanto pelas ruas (além de irem contra o discurso de campanha da presidente, mas isso é outro assunto). Ainda segundo estes mesmos analistas, estes reajustes conseguirão reequilibrar as contas do governo e promover o reaquecimento da economia mais cedo do que os brasileiros imaginam.

Porém, até esta retomada da economia acontecer, o drama continuará afetando milhares de famílias pelo país e a tendência imediata é que mais funcionários da indústria e mais operadores de empilhadeiras sejam demitidos por absoluta falta do que fazer nas fábricas. Resta apenas esperar – e para os que acreditam, rezar – para que esse reaquecimento previsto pelos economistas chegue mais rápido do que as previsõ

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